sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ENTRE O CÉU E A TERRA

Estréia em circuito nacional "Entre o Céu e a Terra". De um lugar entre o céu e a terra, Susie vê sua família se desintegrar pela dor da tragédia e tenta ajudar seus entes queridos a encontrar o psicopata que a matou. Pela intensidade do livro e pelo histórico do seu diretor, o neozelandês Peter Jackson, premiado pelo Oscar pela saga O Senhor dos Anéis, esperava- se muito da adaptação cinematográfica. Embora não seja um trabalho ruim e tenha imagens de beleza extraordinária, Um Olhar do Paraíso deixa a desejar exatamente pela opção tomada por Peter Jackson de não mostrar, sem meias palavras, a crueldade do ato contra a menina Susie.
Em sessões de pré-estreia do filme nos Estados Unidos, quando cineastas testam suas obras e procuram atender às exigências de classificações etárias, Peter Jackson se mostrou surpreso ao constatar que o público não havia ficado satisfeito com a cena da morte de Susie. “As pessoas queriam muito mais violência”, disse.
O diretor então voltou à sala da edição, “basicamente para acrescentar mais violência e sofrimento”. O público estava certo, mas Peter Jackson não adicionou mais violência como devia e, também, não definiu claramente o que desejava de Um Olhar do Paraíso. O filme não se resolve entre ser um thriller, uma fantasia romântica ou um drama social. A mensagem romântica, por exemplo, de que a garota morreu sem realizar seu desejo de beijar o colega da escola por quem era interessada, é desenvolvida de modo frouxo e sem convencer.
O trabalho de direção de atores também é outro ponto fraco de Um Olhar do Paraíso. Até mesmo uma atriz experiente e carismática como Susan Sarandon flutua no automático, embora nada se compare à presença de Mark Whalberg, que mais parece um garotão do que o pai de uma menina assassinada tão brutalmente. Enfim, Peter Jackson não brilhou desta vez.
(Notícia publicada na edição impressa do dia 19 de fevereiro de 2010)
Hagamenon Brito Redação CORREIO

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