segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Grávida de mim!

 

 


     É incrível como nós mulheres temos a capacidade de gerar filhos! Algo tão forte, tão divino e tão poderoso! Pari e criei dois filhos. Foram as experiências mais transformadoras, desafiadoras da minha vida.

     Quando soube que estava gerando um filho e uma filha eu pensava apenas em cuidar para que a gestação ocorresse da melhor forma possível. Eu deixei de comer algumas coisas que gostava, comecei a comer o que não gostava e tive toda uma série de cuidados com minha saúde para que ambos nascessem saudáveis.  Para cada gestação foram 9 meses especiais, maravilhosos porém cheios de desafios. A alegria de ser mãe e a responsabilidade de gerar vida em mim me fez criar hábitos mais saudáveis.

     Hoje sou avó... cuido do meu pai. E todos os esforços agora estão todos voltados para minha netinha de 4 anos e para meu paizinho  de 90 anos. Cuidados com a alimentação e saúde... São duas “crianças” com necessidades diferentes mas ambas tratados com zelo e carinho.

     E nesse meio tempo acho que esqueci um pouco de mim.

     E pensei como que nós mães fazemos tanto pela saúde dos filhos que estamos gerando, damos um cuidado especial para gestação e nos desdobramos pelos nossos. Porém me peguei pensando: _O que tenho feito para cuidar de mim?

     São tantos compromissos, reuniões, projetos, desafios!  Tantas agendas e responsabilidades: trabalho, estágio, faculdade, voluntariado, família!! É filho, filha, neta, pai!! E cadê eu? Percebi então que  me coloquei em último lugar na lista de ordem do dia... na verdade, nem estou aparecendo mais na lista!

     Depois de refletir sobre tudo isso, resolvi que preciso me cuidar mais. Assim, me tornei grávida de mim. Agora estou em processo de gestação, de reinvenção, de transformação! Estou grávida de mim. Começo uma nova fase da minha vida. Vou cuidar de mim também! Vou cuidar do meu jardim!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eliseu e a sunamita

 


 

Quero fazer algumas observações acerca dessa passagem da Bíblia, de 2ª Reis, capítulo 4, versículos 8 a 37. É o texto que conta a história do profeta Eliseu, de sunamita e seu filho.

Tenho passado dias difíceis. Mas essa história da Bíblia falou muito alto ao meu coração e senti que preciso compartilhar.

Vou fazer aqui algumas observações que me inspiraram e com certeza vão inspirar você também.

Quem era a sunamita descrita na Bíblia? Era um mulher rica, bem casada, sem filhos, estéril ela ou o marido, decidida, persuasiva, extremamente sábia, dona de um auto controle invejável, mulher de fé  e que, o principal, tinha o coração voltado para Deus.

Ela e o marido moravam em Sunem e por receber várias vezes, por ter insistido que o profeta Eliseu se hospedasse na casa deles, por ter um coração generoso e hospitaleiro, ela sugeriu ao marido que fizessem um quarto mobiliado para receber o sempre o homem de Deus com mais conforto e privacidade.

A Sunamita e seu esposo até então não tinha filhos. E como reconhecimento pela generosidade daquela mulher o profeta agraciou-a com a profecia de que em um ano ela seria mãe. Interessantes a resposta dela: _Não brinque comigo em um assunto tão sério para mim!

Provavelmente aquela mulher já deveria ter recebido outras profecias, quem sabe, que a fizeram acreditar que poderia ter um filho e essa esperança, parecia ter sido frustrada, até por diversas vezes... tamanho o peso da sua resposta.

Porém, ela deu a à luz em um ano.

Ocorre que o menino foi crescendo e um dia passou mal e morreu em seus braços.

A sunamita não chorou, não esbravejou, não chamou as amigas, os amigos, nem disse nada ao seu marido. Ela não reclamou em alta voz. Veja o controle dessa mãe. A fé e a sabedoria que ela possuía eram tamanhas que ela pediu ao marido para que um funcionário arrumasse um transporte para ela a fim de ir encontrar com o profeta Eliseu. O marido a questionou o porquê dessa visita fora de hora, pois segundo ele essa seria uma visita inesperada, fora da programação do casal. Mas mesmo quando indagada, ela disse:

_Não faz mal.

A sunamita deitou cuidadosamente seu único filho, seu primogênito muito amado na cama do profeta e fechou a porta para que ninguém soubesse do acontecido. E partiu para falar com Eliseu no Monte Carmelo. Ora, ela foi com uma jumenta ajudada por um funcionário. E deu ordens explícitas para que não parasse e nem se distraísse no caminho até chegar ao seu destino.

Chegando, Sunamita foi recebida por Geazi, o servo do profeta. E, instruído por ele, Geazi perguntou:

_Vai tudo bem contigo, com seu marido e seu filho?

Sem pestanejar a mulher respondeu, segura de si:

_Está tudo bem!

Ora, veja, ela não estava descontrolada, nem tinha ligado para as amigas e nem postado seu infortúnio nos grupos de whatsapp ou no instagram ou no facebook. Ela nem sequer dividiu a a sua dor com seu marido, o pai da criança! Ela sabia que esse era um caso para Deus, para a intervenção do Homem de Deus! Ela sabia que Deus não havia lhe dado um filho para a calamidade. E sua palavra foi a expressão mais pura da fé, fé que movia aquela mulher de Deus.

Quando chegou ao profeta, ela se jogou aos seus pés, extravasando todo seu sofrimento. Ela disse:

_Não te pedi filho para perder nem um filho que nascesse para morrer.

Ela falou então com a pessoa certa, as palavras certas, na hora certa.

Eliseu saiu então com a mãe, e o seu servo em direção a casa daquela família.

Ele recomendou a Geazi:

_Vá na frente e toque o rosto do menino com meu cajado para que acorde.

Novamente a recomendação de silêncio sobre o acontecido:

_Vá e não pare no caminho e não fale com ninguém. Nem mesmo dê boa tarde.

Assim aconteceu. Porém Geazi se adiantou e colocou o bordão sobre o rosto do menino e esse não acordou. Voltando apressadamente ao encontro deles, no caminho, avisou:

_O menino não despertou.

Interessante notar a linguagem positiva usada por Jesus também quando chegou no velório de Lázaro e disseram a ele que já estava morto e nada poderia ser feito. Jesus respondeu que Lázaro ressuscitaria e que tudo isso era para a glória de Deus.

Eliseu falou sobre “acordar”...  ele não se referiu “a voltar a viver”. E assim Geazi lhe respondeu, com o mesmo verbo: _Ele não acordou.

Eliseu foi então ao quarto do menino, e de forma surpreendente, o menino foi ressuscitado.

Penso que muitas coisas foram aprendidas nesse texto.

Essa mulher rica, que não tinha o coração nas riquezas, mas tinha o coração em Deus, era generosa. Era sábia e tinha o fruto do Espirito Santo em sua vida: autocontrole!

Ela teve a sabedoria de saber o que falar (as palavras são poderosas), na hora certa e com a pessoa certa. Seu caso não era  para ser lamentado nas redes sociais, nem com os funcionários, nem mesmo com o marido. Ela manteve o foco, segura de que esse era um caso para Deus!

Ela poderia ter se desesperado e falado para os parentes ou quem sabe, uma amiga mais velha que pudesse dar ao menino um remedinho das antigas, dar um chá de receita das avós, fazer alguma compressa de ervas ou ainda, quem sabe, uma simpatia. Mas nada disso. Ela manteve a morte do seu filho em segredo. Era Deus e ela. E ela tinha fé para buscar a solução, não em homens, nem em amigos e nem na Internet.  Ela sabia que esse caso era para o Deus do impossível! Incrível o que ela disse:

_Eu não pedi filho para morrer assim fora de hora, ainda criança.

Essa fé, essa certeza que Deus, e só Deus, poderia mudar aquele quadro e trazer vida para seu filho, foi o fator decisivo para a ressurreição.

 Que possamos aprender com essa história, que Deus não nos deu filhos para a calamidade nem para a morte precoce. E que Deus é o único que age quando ninguém mais pode agir. “E agindo Deus, quem impedirá?”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Amor de mãe!

 


Eu tenho aprendido muito com tudo o que tem acontecido com minha filha.

Essa semana tenho passado meus dias, desde domingo, percorrendo postos de saúde e hospitais com ela.

E eu conheci  mães que assim como eu, lutam pelos seus filhos.

Eu que adoro uma conversa, gosto de gente e de ouvir histórias das gentes, me fiz aprendiz dessas guerreiras.

Porque a vida é assim.... Tem momentos que a gente aconselha, e ensina... e tem tempo em que você precisa passar pela escola do Todo Poderoso.

Essa semana Deus me fez me assentar, me aquietar, e aprender...

Primeiro aprendi o que nós já sabemos mas esquecemos com facilidade!

Reaprendi que Deus tem nosso passado, presente e futuro em suas mãos. E ele está cuidando de tudo quando nós nos rendemos a ele.

E reaprendi lições do amor de Deus.

Deus nos deu os filhos como herança, como benção; e a benção do Senhor traz prosperidade e não traz dor.

Assim temos que crer que Deus nos deu filhos para serem como flechas nas mãos dos guerreiros, para irem muito, muito além de nós!

E tive uma lição do amor de Deus através de mães de todas as idades. Mães jovens até mães de quase 80 anos. Uma senhorinha de cabelos brancos, debilitada pela idade, de bengala e quase octogenária cuidando da filha... internando-a, crendo no seu restabelecimento.

Mães emagrecidas pela luta com os filhos, mas fortes e firmes por eles.

Uma mãe me disse: “Filha, é só Deus na vida deles. Mas enquanto viver estarei cuidando e amando. Ele sai mas volta e pede ajuda. E eu sempre o acolho”.

Outra me disse: “Os irmãos dele e todos parentes e amigos me recriminam pois dizem que eu preciso deixá-lo, que ele sabe o que faz... que tudo é uma questão de escolha. E ninguém me ajuda com ele. Mas eu nunca o deixarei... Não! Enquanto eu puder eu vou estender a mão!”

Assim, eu entendi, porque o amor de Deus está representado para nós humanos pelo amor das mães aqui na terra. Pois Deus nunca desiste de nós. Deus sempre nos acolhe. Deus tem suas mãos estendidas para nos abençoar em todo o tempo. E Deus nunca lança fora aqueles que têm o coração contrito. O amor, o perdão e as misericórdias de Deus são  renovados a cada manhã. E nada, nada, nem a morte pode nos separar do amor de Deus!

 

 

 

 

 

 

 

Verdelírio Barbosa não morreu


 

          Como jornalista, como fã e aprendiz do mestre Verdelírio Barbosa vim dar a notícia que o nosso querido professor de comunicação, grande articulador político e ser humano singular não morreu.

          Me lembro como hoje que no início de minha carreira como jornalista fui recebida de braços abertos na “casa/fábrica” de jornalistas de Maringá, no O Jornal do Povo, sob a batuta do incrível Tatá Cabral e do grande mestre Verdelírio Barbosa.

          No início não foi fácil. Mas eu seguia um sonho: o sonho de ser jornalista. E foi lá que sem o curso de jornalismo, mas trabalhando e aprendendo na prática, fui reconhecida como jornalista provisionada pelo Ministério do Trabalho. Tempos depois fiz o curso de Jornalismo na Faculdade Maringá.

          E ainda no início, eu me recordo de uma matéria, uma homenagem na verdade para Carmem Puzzi, que faleceu inesperadamente, vítima de um trágico acidente na BR-376. Carmem era colunista social do O Jornal do Povo. E me lembro das palavras tão cheias de sincera comoção do nosso querido boss, que dava início a nota do terrível acidente, assegurando que Carmem não teria morrido...  que ficaria pra sempre  viva no coração de quem a conheceu.

          Assim, eu  que venho dar essa notícia agora, sobre você, meu mestre querido!!! Você não morreu! Verdelírio Barbosa estará sempre vivo em nossas recordações. Não só pelo seu trabalho, mas pela pessoa fantástica que era.  Como ele dizia, naquela simpatia toda dele, dono de um sorriso e carisma todo que lhe eram peculiares: “ E aí menina! Se cuida hein!” Era assim... o Verde sendo Verde!

          Hoje sou eu quem digo: “Verde, se cuida menino! Vai com Deus!” Hoje, meu padrinho, meu mestre, dou uma boa notícia (uma coisa rara no jornalismo). A notícia que você, Verdelírio Barbosa está vivo:

 -Verdelírio Barbosa não morreu. Está vivo em nossos corações!

 

CARPE DIEM

 

 


 

           Uma coisa que podemos ver atualmente: o quanto o tempo tem sido valorizado. Hoje as pessoas não querem mais exatamente dinheiro... ou oportunidades de trabalho... Elas querem tempo! O tempo se tornou umas das moedas de maior valor no mundo.

             Pois de que importa ter dinheiro e não ter tempo para desfrutar do que ele pode oferecer... Não importa ter status, influência e nem fama se você não tem tempo para desfrutá-los. Nada na vida importa se você não tem tempo de vida para estar fazendo o que te dá prazer, cuidando da sua saúde, desfrutando da companhia das pessoas que você ama!  Sem isto,  nada mais importa! Você estará fadado ao fracasso! Pois da vida não levaremos nada, apenas o que vivemos, o que sentimos e experimentamos!

               Pois você verá que os maiores tesouros da sua vida poderão escorregar de seus dedos enquanto você menos espera! Pois ninguém sabe quando o nosso tempo vai chegar ao fim. Então, aproveite seu tempo! Abrace, beije, ame! Diga o quanto você ama! Fique ao lado! Ame como se cada dia fosse o último!

CARPE DIEM!

sábado, 17 de novembro de 2018

MEU CORAÇÃO TEM NOME


Meu coração é lindo!
Não é arrogância nem presunção!
Meu coração é cabeludinho!!!  Cheio de cachinhos! Eu sempre cuidei dele com o maior carinho.... Com a maior paciência, passava creme e oleozinho para desembaraçar com os dedos... E meu coração nem percebia, quando ia ver, seus cachinhos já estavam todos soltinhos!
Meu coração tem olhos! Sim! Seus olhos amendoados, escuros, de uma profundidade singular. Fico emocionada toda vez que fitos seus olhos expressivos, que me dizem tanto, apenas no olhar... Chega a embargar a voz!
Mas nada se compara quando meu coração abre os bracinhos e vem correndo em minha direção, em uma repleta atitude do mais puro amor! Ufah! Fico até sem ar!
Agora meu coração já tem vários dentinhos e corre igual um foguetinho!
Esse mês, meu coração completa 1 ano e meio, e desde então descobri algo totalmente novo para mim! Não sabia que o coração da gente poderia criar corpo, ter voz e andar por aí, sobre duas perninhas rechonchudinhas, ter o sorriso mais lindo e iluminado do mundo e o poder de me fazer conhecer um amor inenarrável, inexplicável, simplesmente DIVINO!
Meu coração tem nome: Luna!









domingo, 22 de abril de 2018

24 anos e 1 ano

24 anos meu filho Calil completa e minha neta Luna 1 ano. A distância ou as dificuldades do dia a dia não separam o amor. O niver será em maio, mas já estou revivendo os momentos felizes da chegada deles!

quinta-feira, 31 de março de 2016

Tanto a declarar

Gente, tenho tanto a declarar... mas isso vai ser no de correr de nossos dias que Deus nos conceder!
Em minha cabeça fervilham centenas de crônicas, textos sobre o momento que vivemos... aos poucos vou escrevendo aqui... A gente se vê ...Até!!!

sexta-feira, 19 de junho de 2015






DENTRO DO CORAÇÃO


Mãe nunca morre
É um ser divino que Deus pôs na terra
Pra gente ficar mais próximo dele...


Graças às mães,
Deus conserva a vida
Pois vê em seu cuidado com o filho
A relação do criador com a humanidade...


Mãe é extensão do paraíso
É leito de descanso
É carinho sem preço
É afeto sem cobrança.


Amor de mãe é coisa santa
É uma entrega sem espera de nada em troca
É um querer apenas  bem a quem se ama
É ficar feliz  com  a alegria do filho amado...


Amor de mãe nunca acaba
Por isso as mães são eternas
Jamais vão  deixar de existir entre nós
Pois estarão pra sempre dentro dos nossos corações!


*Rose Leonel


HOMENAGEM A MINHA MÃEZINHA
MARIA THEREZIA LEONEL

19/09/1930 A 18/06/2013

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

UMA MULHER MAGISTRAL





Quem vê essa morena delicada, tipo mignon, com trejeitos graciosos, passos firmes, corpo de menina, traços bem definidos, nem de longe imagina que ela é uma respeitável "senhora" casada, mãe de cinco filhos - dois homens e três mulheres (uma já com 20 anos), e administradora de uma empresa magistral*, que emprega em torno de 50 funcionários, gera empregos indiretos para centenas de mulheres em todo o Brasil. A Magistralcomeçou há 20 anos e hoje comemora o sucesso não só da Isolene Niedermeyer, enquanto empresária, mas também de milhares de mulheres que acreditaram na empresa e que decidiram ter uma renda, conseguir seu ganha pão e ter sua própria empresa, assim como ela. "Eu e meu esposo morávamos no sítio. Ele costurava. Eu o via fazer os cortes e as costuras e foi daí que tive a idéia de fazer uma confecção que não precisasse de máquinas industriais. Que pudesse ser simples e feita com aquelas máquinas caseiras, tipo as Singher comuns, aquelas antigas que a gente tinha em casa", conta Isolene. Hoje a Magistral ministra cursos volantes em todo o Brasil, ensinando, na sua grande maioria, mulheres a fazerem sua própria produção de lingerie. Elas são de vários estados. Aprendem a profissão e começam em casa mesmo, aquilo que vem a ser um grande negócio! Algumas, no decorrer desses 20 anos, construíram sua própria grife e hoje geram empregos e mão-de-obra a outras centenas de pessoas. A confecção de roupas íntimas já se desenvolveu e migrou pra espartilho, fio dental, biquíni, cueca, sunga... O catálogo novo com a coleção 2010 já está quase pronto! A própria Magistral, depois de inserir o aluno no mercado de trabalho, compra a criação dele e revende a preços acessíveis. A margem de lucro dos pequenos empreendedores é de dar água na boca! O sucesso do negócio é indiscutível! Isolene fez o que o governo deveria fazer: ensinou a pescar, mostrou como manejar a vara de pesca e depois, ensinou a vender o peixe e deu suporte para quem quisesse voar! Não é a toa que Isolene comemora 20 anos de trabalho bem sucedido com a família - os cinco filhos e o marido Valdoir Barreto Miranda. Isolene construiu uma empresa que beneficia não só a si própria, mas milhares de mulheres que a exemplo dela, acreditam na capacidade interna que possuem, na força de vontade, na coragem de correr atrás dos sonhos e de vencer na vida! Essa catarinense que foi adotada na tenra idade, lutou contra adversidades, casou bem cedo e começou sua família em um sítio no Paraná, é uma empreendedora exemplar, um modelo a ser seguido! Isolene Niedermeyer - uma mulher do bem, uma mulher magistral!!!


Magistral: sinônimo de "próprio de mestre", exímio, exemplar.
SERVIÇO: A Magistral oferece curso de lingerie e vendas no varejo. A loja fica na avenida Paraná, 1512. O fone é (44) 3033-2555

OS HOMENS QUE ME DESCULPEM, MAS NÓS MULHERES É QUE SOMOS DE MARTE

Acho que sou daquelas que fica tensa antes e depois do período menstrual. Coisa de mulher mesmo, visceral, bem das entranhas da gente, onde os filhos são ENTRETECIDOS, lá no âmago, onde ficam os mistérios da gestação... Nas tramas da criação da madre, onde se formam os homens e as mulheres, o ser humano, o animal racional mais irracional do mundo. Essa força uterina, esse magma visceral (adoro esse termo, por isso repeti - a repetição aqui é intencional, viu?), voltando ao magma visceral... Essa força da natureza, essa tempestade de emoções que nos caracteriza como mulheres, pode ser chamada de TPM. Agora além de pré é pós também! Males da modernidade! Pois é, a tensão pós menstrual também nos acomete, de vez em quando! Os homens que não sabiam disso, meros transeuntes desavisados, agora fiquem sabendo: NÓS MULHERES TEMOS TAMBÉM TENSÃO PÓS MENSTRUAL!!!!! Capicci? Pois é, então, em havendo qualquer indício de gritos, estresse e de discussões, perguntas e respostas monopolizadas por nós mulheres, verdadeiros monólogos (onde os homens nem têm a chance de se defender e nem são convidados a falar - aliás- para eles é proibido articular alguma palavra inteligível. Nessa época, costuma ser perigoso demais! É melhor "deixa". Costuma ser letal enfrentar uma mulher Treinada Para Matar! Cabe aos homens apenas serem acusados e deixarem que elas mesmas os absolva... Afinal, os perigosos testes de sobrevivência do bicho homem aos quais são submetidos pelo sexo feminino nessa época, são crúéis demais para eles.... Bem, na verdade, eles não têm chance nenhuma. Marido nenhum ganha de uma das gladiadoras da Tensão Pré e Pós Menstrual! O jeito é deixar passar. No outro dia, depois da tempestade hormonal, cheia de progesterona e estrogênio, virá a bonança... e a mulher que mais parecia um ninja, um serial killer, torna-se novamente a doce criatura que habita em VÊNUS, mas que de três a cinco dias do mês retorna às suas raízes guerreiras. Isso mesmo- pra quem não sabe, nós mulheres é que somos de Marte. Na mitologia romana, Marte era o Deus da Guerra. Por isso, não só de amor vive a mulher (Vênus que me desculpe), mas somos muito mais de Marte, afinal de contas, 10 dias antes do período fatídico, temos tensão pré e 10 dias depois daqueles cinco dias cruciais, temos a tensão pós menstrual. E nossa verve guerreira entra em ação, pondo nosso lado bem nascido em Vênus pra dormir, fazendo imperar a brilhante mulher contemporânea: Guerreira Implacável de Marte!!
*Rose Leonel

domingo, 21 de setembro de 2014

CHORO UTERINO


Quando meu marido morreu, chorei muito. Tive hemorragia. Minha menstruação desceu por quase 40 dias.
Chorei tanto que meu útero chorou também!
Eu sou assim: intensa! Em tudo! Não tem jeito... Quando entro, eu entro!!! Entro de cabeça!!! Não entro pela metade! Eu mergulho de cabeça!
No trabalho, nos relacionamentos, na vida! Vivo intensamente!!! Tudo!!! Isso talvez seja péssimo. Não recomendo a ninguém! Já paguei muito caro por isso!!
Sou muito íntegra em tudo o que faço! As vezes isso me custa caro... mas sou assim!!
Claro que algumas coisas me cobraram um preço alto demais e hoje pago por isso. Não recomendo.
Bem minha mamãe morreu.
Sofri. Fui morar com ela quando sofreu o primeiro AVC. Precisava ajudar meu pai a cuidar dela.
Mas quando fui pra lá , olha, não sei o que dizer sobre isso, mas senti, ou pressenti, ou percebi, ou entendi, que mamãe iria embora!
Eu chorava todos os dias ao vê-la. Era tenebroso.
Foi quando Eu pedi à Deus uma palavra. Ele me deu quatro.
A primeira.
Eu trouxe uma missionária para orar em casa. Ela me olhou firme nos olhos, e sem hesitar, me disse: -Deus vai levar sua mãe.
Daí chorei. A noite peguei a Bíblia e pedia a Deus que me falasse pessoalmente. Abri, onde dizia, pra meu desalento para eu deixar os mortos aos mortos... E cuidar do funeral...
Dias depois minha mãe foi parar na UTI. A tristeza machucava meu coração. Fui com meu pai na visita rotineira.
Levei a Bíblia. A tristeza era grande. Falei ao meu pai: - Vamos orar e ler a Palavra. E abri a Bíblia. Meus olhos caíram sobre o versículo. “ Preciosa é a vista do Senhor a morte dos seus Santos!”. Depois, titubearam.
Levantei lentamente o olhar... Meu pai olhava apaixonadamente para minha mãe, que sorria como uma criança singela para ele, num clima de amor indescritível!!
Não pude interromper.
Fechei a Bíblia de novo e a abri rapidamente. Antes que eles se dessem conta, ou que eu achasse isso, encontrei outra passagem bíblica. Lí o Salmos 23.
Mas não consegui correr de outras duas revelações. A irmã Lindaura foi bem clara quando falou para mim da passagem da minha mãe e a pastora Lídia também.
Enfim, chorei tudo que o tinha pra chorar... todas as lágrimas que tinhas as chorei antes de seu falecimento.
Daí comecei a chorar uterinamente.
Na verdade, uma hemorragia tímida ( o choro uterino) começou uns quatro meses antes de ela falecer... Minha menstruação desceu e não parou mais... Após sua passagem meu útero derramava lágrimas de sangue sem qualquer prenúncio pra parar.
Daí, tive anemia.... Perdi muito ferro... e as consequências inevitáveis!
Ah, mamãe, dia 19 você completou 84 anos... Feliz aniversário!
Eu já estou sarando da anemia tá!!!
Te amo e sempre vou te amar!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

segunda-feira, 9 de junho de 2014

MUDANÇA SOCIAL PROFUNDA

A Polícia reprime o que é óbvio: o crime contra a exploração sexual de meninas e adolescentes. Que louvável e digno! Porém, conter e reprimir o crime não vai pôr comida na casa dessas adolescentes. Não vai dar o sustento que essas meninas precisam. Não vai dar o suporte e a referência do qual essas crianças  carecem. Tire-as da rua, da boca do lobo, e as deixe morrer de fome dentro de casa! Não resolve! Precisamos de políticas públicas que mudem profundamente essa realidade social para que essas meninas não queiram se prostituir, para que elas não precisem disso para conseguir o que precisam... Que elas tenham mecanismos decentes e dignos para acionar e com eles conseguir seus meios básicos de sobrevivência, sem precisarem se prostituir, lançar mão de venderem seus corpos para conseguirem seus objetivos. Que país pobre que somos!!! O que adianta reprimirmos essa prostituição por parte das adolescentes sem dar a elas condições dignas de galgarem espaços de cidadania em que consigam seus objetivos, seus ganhos e meios para ter suas necessidades legitimamente atendidas sem que tenham que se vender para isso!

domingo, 5 de janeiro de 2014

O TEMPO E AS JABUTICABAS



Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver 
daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela 
menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela 
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos
para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem
para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não
foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados,
e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse
amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'
O essencial faz a vida valer a pena.

Rubem Alves

domingo, 17 de novembro de 2013

Meu filho amado...



“Perder um filho é como achar a morte”...
Nunca a frase de um poeta foi tão real...
Verdade fatal, irreversível, cruel, atroz, insuperável.

Quando te vi, meu filho tão triste,
 tão só, tão lindo, tão novo, tão maduro,
solto, no mundo, diante do vazio
e da imensidão do céu azul ao pôr do sol,
 à mercê da vida,
 entregue aos seus próprios pensamentos,
fitando novos horizontes, vislumbrando outros caminhos, prospectando outras terras,
 flertando com as incertas possibilidades do futuro,
insólitas conjecturas,
 incertezas de um novo mundo;
 distante dos braços maternos,
fora do alcance dos meus braços,
 braços que embalaram seus primeiros sonhos de menino,
que o mantiveram em doces e enternecidas canções de ninar,
que o acalentaram desde a tenra infância
 que o apoiaram em seus primeiros passos...
que o protegeram, cheios de amor e carinho,
 meu coração sangrou.
Rasgou-se em mil pedaços.
Chorou a dor da perda do primogênito.
Dor irremediável, surda, pesada, muda.
Filho, nada me separará de você - nem a distância, nem o tempo, nem as pessoas, nem a própria vida, com suas surpresas e incertezas, nada poderá me afastar de você. Meu amor me une a ti com amarras eternas do amor do próprio Deus, o criador. Nada tirará de mim a beleza de ser sua mãe!








“Perder um filho é como achar a morte”. Deixar de sentir seu cheiro, acariciar seus cabelos, fitar seus olhos, participar do seu mundo, de poder caminhar lado a lado, de deixar de estender-lhe a mão, tocar sua mão, apertá-lo junto ao peito... é dor insuperável. É todo o medo de quem ama: perder.
  O meu coração está cheio de intensa dor, de culpa: por ser tão egoísta- de querer te ver tão perto, te ter tão próximo, tão junto ao coração.
Meu filho, nada pode te tirar dos meus braços nem do alcance dos olhos do meu coração.  Porque a vida pode se abrir para você e se desdobrar acenando-lhe com novos caminhos. Sua jornada pode ser até distante da minha e tomar outro rumo... Oceanos podem ficar entre nós, mas saiba, que jamais ficaremos separados. Você jamais estará só. Estarei sempre com você. Você é um pedaço do meu coração, que se quebrou, dividiu-se e que está em outro corpo, que foi criado a partir do meu, cujas veias trazem o meu sangue... Pulsa em você  o mesmo sangue que corre em minhas veias dentro de um coração que é extensão do meu.
Nada me separará de você - nem a distância, nem o tempo, nem pessoas, nem a própria vida, com suas surpresas e incertezas, nada poderá me afastar de você. Meu amor por você me une a ti com amarras eternas, entretecido com fibras do amor do próprio Deus, o criador e gerador da humanidade. Amor inexplicável e incondicional!
Nada tirará de mim a beleza de ser sua mãe!
Sempre vou te amar!                                

“Os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. Bem aventurado o varão que enche deles a sua aljava. Ele não será envergonhado quando baterem à sua porta e o levarem ao tribunal”... Salmos


sábado, 26 de outubro de 2013

JUSTIÇA HUMANA




Não dói em mim
Não sinto nada
A dor de sua sina
É  para mim chacina
Carnificina,
Cheiro que nos faz mal!




Pra mim, sua dor
É motivo de chacota
Não dói em mim!!
Vamos tomar um chá!
O que passou,  passou!
O infrator um dia há de pagar
E você, se devia, já pagou!!!




Deixa pra lá!!
Afinal, o que é a justiça
Além de uma resposta aos maus feitos
De malfeitores??!
Só que eles
Sempre vão existir
Perdoa-os
Nada vai mudar o que já foi!!!!




Deixa pra lá!
O bom coração sempre perdoa
As pessoas esquecem
A vida prossegue
E o mal sempre existirá,
O opressor mesmo punido,
 continuará a existir
E você, bem
Se devia, já pagou!
Deixa pra lá!




Pra que trazer à tona
Essa chacina, esse cheiro de carniça
Porque temos que sentir
Essa podridão do ser humano?!




Nós não queremos mais isso!
Não nos obrigue a ver quem somos!
Nós decidimos fechar os olhos
Tapar as narinas
Tapar os ouvidos
E esquecer!!



Vamos deixar pra lá!
Pra que  relembrar?
É melhor perdoar!
A ferida que ele abriu
Foi só em você
Nós não sentimos dor nenhuma
Achamos até
Que se você esquecer
Logo vai sarar!



E, mesmo que não sare,
Se você também fingir
Agir como nós
Como se nada tivesse acontecido
Tudo deverá melhorar!
Pare de chorar
Afinal o opressor sempre existirá
Faça como nós – finja!
Finja que nada aconteceu!
Siga nosso conselho:
Melhor deixar pra lá!


                        Rose Leonel

sábado, 27 de abril de 2013

INVERSÃO DE VALORES

Certa vez fui a uma igreja me queixando de ansiedade, depressão e estress.  Imediatamente o reverendo, solícito e muito articulado, foi logo me orientando: _ Filha, vá ao médico e se precisar, não relute em tomar medicamentos!
Triste, fui parar no médico. Ele me fitou profundamente, depois que expliquei porque estava ali. Passaram-se  alguns segundos que pareceram uma eternidade quase constrangedora. Com uma sabedoria inquietante ele me disse: _ Filha, leia a Bíblia  e faça oração pelos menos uma vez ao dia!
OBRIGADA PESSOAL DO SAMU!
Dois anjos entraram por aquela porta... Não tinham asas nem estavam de branco. Vestiam roupa azul com listas vermelhas. Tinham botas pretas e passos firmes. Empunhavam uma maca. Braços fortes.
Movimentos certeiros. Atitudes respeitosas. Pacientemente carregaram minha mãe e a levaram para o hospital... 
Tem gente que nem parece gente! Parece anjo de plantão!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

OBRIGADA!

GENTE, EU NÃO TENHO PALAVRAS PARA DIZER O QUANTO SOU GRATA AO APOIO E À TODAS AS MANIFESTAÇÕES DE CARINHO QUE ESTOU RECEBENDO! OBRIGADA A TODOS VOCÊS! QUE DEUS OS ABENÇOE! QUERO AGRADECER TAMBÉM AOS MARAVILHOSOS E IDÔNEOS PROFISSIONAIS QUE ESTÃO COMIGO NA ONG MARIAS DA INTERNET - VOLUNTÁRIOS EXCEPCIONAIS QUE TÊM UM ÚNICO OBJETIVO: SOCORRER MULHERES QUE SEJAM VÍTIMAS DESSA DESUMANIDADE QUE É O CRIME CIBERNÉTICO! SE PUDERMOS TIRAR UMA VIDA DO CAOS DO DESESPERO E DAR UMA LUZ E SUPORTE À ELA, MOSTRANDO QUE SEMPRE HÁ ESPERANÇA, NOSSA LUTA NÃO TERÁ SIDO EM VÃO. MINHA DOR NÃO TERÁ SIDO INVÁLIDA . QUERO ESTENDER A MÃO E FAZER ALGO POR ESSAS MULHERES QUE SÃO VIOLENTADAS SEM O MENOR DIREITO A DEFESA OU A UMA JUSTIÇA QUE LHES DEVOLVA A HONRA VIOLADA. O CRIME NA INTERNET É IRREPARÁVEL. MAS A JUSTIÇA DE DEUS É CERTA. O IMPORTANTE É UNICA PERDERMOS A FÉ NAQUELE QUE É JUSTO JUIZ! MINHA VIDA É UM MILAGRE! SOU UMA SOBREVIVENTE DO CRIME CIBERNÉTICO. ESPERO SER UM CANAL DE BENÇÃO PARA TODAS AS MULHERES LESADAS POR ESSE MAL!

segunda-feira, 22 de abril de 2013






PRECONCEITO

Ele é cego
Mudo e
Tácito.

É impiedoso
Crueldade desumana
Embora nasça em corações de carne.

Seu poder é destrutivo
Não escolhe sexo
Nem cor, nem raça...
Nem classe social,
Nem conta bancária...


Ou melhor
É destrutivo sim,
Atinge qualquer coisa
Que lembre sexo
Que seja de cor
Que assume sua raça
Que não tem classe social
E nem conta bancária.

domingo, 21 de abril de 2013


Meu filho amado...

“Perder um filho é como achar a morte”...
Nunca a frase de um poeta foi tão real...
Verdade fatal, irreversível, cruel, atroz, insuperável.

Quando te vi, meu filho tão triste,
 tão só, tão lindo, tão novo, tão maduro,
solto, no mundo, diante do vazio
e da imensidão do céu azul ao pôr do sol,
 à mercê da vida,
 entregue aos seus próprios pensamentos,
fitando novos horizontes, vislumbrando outros caminhos, prospectando outras terras,
 flertando com as incertas possibilidades do futuro,
insólitas conjecturas,
 incertezas de um novo mundo;
 distante dos braços maternos,
fora do alcance dos meus braços,
 braços que embalaram seus primeiros sonhos de menino,
que o mantiveram em doces e enternecidas canções de ninar,
que o acalentaram desde a tenra infância
 que o apoiaram em seus primeiros passos...
que o protegeram, cheios de amor e carinho,
 meu coração sangrou.
Rasgou-se em mil pedaços.
Chorou a dor da perda do primogênito.
Dor irremediável, surda, pesada, muda.
Filho, nada me separará de você - nem a distância, nem o tempo, nem as pessoas, nem a própria vida, com suas surpresas e incertezas, nada poderá me afastar de você. Meu amor me une a ti com amarras eternas do amor do próprio Deus, o criador. Nada tirará de mim a beleza de ser sua mãe!


sexta-feira, 19 de abril de 2013


segunda-feira, 15 de abril de 2013


SÁBADO, 19 DE JUNHO DE 2010


INFELIZMENTE, TRAUMAS FICARAM...


UM SONHO RUIM
Sabe, ainda hoje tenho sonhos ruins... Minhas noites acabam povoadas por sensações e sentimentos que me dão calafrio. Não sei se um dia vou esquecer o que sofri... O peso dos olhares, a acusação, o escárnio. Parece que fui a guerra e vi tantas mortes... Sabe, soldados que foram às trincheiras de guerra e voltaram marcados por verem tanta gente morrendo? Por enfrentarem a morte? Pois é: eu enfrentei a morte durante esses quatro anos!
Morri aos poucos... Fui sendo marcada e extinguida a cada olhar punitivo, a cada foto que saía com meu nome, endereço, telefone e email na Internet... A cada postagem na Rede Mundial de Computadores, em sites de pornografia, vendo minha imagem, misturada nos mais baixos recônditos da prostituição on line. Foi duro golpe ver meu nome de jornalista, de mãe, de filha, de professora, de ser humano que lutou tantos anos para ser alguém na vida, que estudou e acreditou no ensino, no trabalho, nas pessoas, e por último, no companheiro... Alías, não só acreditei- eu amei quele homem!
Eu não fui a guerras civis, enfrentei uma guerra fria deflagrada contra mim pela Internet, no âmbito virtual, que ecoou na minha vida real. Eu não vi pessoas morrerem - eu enfrentava minha própria morte todos os dias e lutei numa batalha sem tréguas para sobreviver... A cada golpe, cada olhar, cada circulação ou postagem que era feita sobre mim eu sofria e morria um pouco mais! Uma luta que me trouxe sérios danos... Depressão, vontade de ficar em casa, medo das pessoas, vontade de não sair do meu quarto, uma ausência de vontade completa! Entendi porque algumas pessoas se desesperam a ponto de querer deixar de viver, o que sentem aquelas que saem pelo mundo afora, e se transformam em andarilhos, vagando a esmo, sem rumo e sem esperança, querendo sumir de todos e de tudo!
Às vezes tenho pesadelos e acordo gritando a noite! Sonho que saí de casa e de repente, as pessoas começam a me olhar de modo estranho. Daí, me olho, e me dou conta, de que minhas roupas desapareceram, sumiram, meu corpo ficou nu! Então, saio correndo e tento fugir das pessoas... Acordo, assustada, com um grito impotente, engastalhado na garganta, pedindo socorro!
Outro pesadelo às vezes me acompanha. Sonho, por vezes, que estou indo a um banheiro desconhecido... Daí, de repente, esse banheiro fica com as paredes transparentes... Daí, me vejo cercada de olhares invasivos... As paredes se rompem ou simplesmente desaparecem, como num passe de mágica, e repentinamente me vejo surpreendida em público, exposta, com minha tristeza e o olhar punitivo dos transeuntes.

Sonhos ruins, que ainda povoam meu sono à noite, mesmo após 4 anos em que fui vítima de crime na Internet. Algumas coisas machucam a alma e não temos como medir a dimensão nem a profundidade da ferida. A dor vem à tona enquanto o subconsciente trabalha, nas horas solitárias da noite...

Queria então, poder dizer para mim mesma, como diria minha mãe, com aquele carinho que tinha a mágica capacidade de mandar embora todos os bichos papões que viessem incomodar nossa noite de sono: “Volte a dormir minha filha! Isso tudo não passou de um pesadelo! Foi só um sonho ruim! Você estava sonhando! Tudo vai ficar bem!”

SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2010




O ROSTO DA VIOLÊNCIA

Uma mulher deu entrevista à alguns meses para o mundo todo. Não me lembro do nome...nem de onde era. Nem do “rosto”! Ela praticamente não o tinha... Era algo meio medonho! Mas me lembro dela ter o rosto esmigalhado pelo ex... Estava dando uma entrevista depois de dezenas de cirurgias que lhe devolveram a face e parte de alguma sensibilidade ... Aquela mulher é a personificação do que pode acontecer a uma mulher que escolhe errado seu companheiro e sem saber, dorme com o inimigo! Veja, os bons que me perdoem! Mas eu não poderia perder a deixa!
A Connie Culp teve o rosto esmigalhado! Seu companheiro destruiu seu rosto, quis destruir sua identidade! Até quando vamos aceitar que esses animais sejam donos da razão e tenham essa coragem? A violência contra a mulher tem muitas caras e formas de ser... Pode ser sutil ou escancarada! Como uma coerção psicológica ou o cúmulo da destruição da identidade, psicológica, virtual ou física. A violência que Connie Culp sofreu foi concretamente física... Simbólica - destruição de sua identidade! Sabe, não sei o que é pior, se é a destruição física ou a moral... veja (não seja simplório) - todas elas levam a destruição psicológica! Ás vezes, tenho certeza que é a que ela sofreu é pior que a que eu sofri, que a minha não é maior... Ela teve o rosto destruído e nem consegue sentir o gosto dos alimentos. Perdeu o paladar e o olfato! Mas nem quero falar do que eu perdi! Minhas perdas por amar o homem errado foram catastróficas! Talvez sejam iguais, com impactos iguais, proporções diferentes. Mas, hoje, depois de quase 4 anos, ainda me vejo numa luta ferrenha por justiça, pra reconstruir minha vida, por refazer minha estima pessoal e pra acreditar no ser humano e na vida! Em Deus jamais deixei de acreditar! Claro! E é isso que me sustenta e que me faz não perder a fé! Perdi tudo, quase tudo, mas não perdi a fé!
A destruição da identidade é algo que muitos homens querem impingir às mulheres. Muitas vezes essa destruição pode ocorrer de formas diferentes, mas com rombos irreparáveis! Não se engane! Ninguém pode medir a dor de uma mulher exposta à violência praticada pelo seu companheiro. Além das conseqüências públicas, as conseqüências para o seu íntimo são inenarráveis, sem precedentes!
MAS TENHAMOS FÉ! Vamos dizer não á violência contra a mulher! Lembre-se: você pode achar que essa causa não lhe pertence pois você é homem! Mas todo homem é nascido de uma MULHER! A causa também é sua! É nossa! A luta contra a violência à mulher pertence a todos os seres humanos que lutam por uma vida justa e digna! Pertence a todos que sabem do valor do ser humano, trazido ao mundo, de forma divina, por uma mulher!

(texto escrito em 2009)

*Rose Leonel

sábado, 30 de março de 2013

Choro




Daí, tento levar uma vida normal. Felicidade?
Minha filha me cobra alegria. Não que eu seja infeliz.  Não me sinto exatamente infeliz. Me sinto em paz. Me sinto, apenas... É bom ter consciência de si mesmo.
Só sinto que vejo muito mais do que via, e a intensidade do que vejo, a luz é muito forte, faz com que meus olhos doam, e choro. Além de ver muito, demais... E choro.
Também ouço muito... E choro.
Choro pelo que sei. Sinto muito, tudo, todos... E sei o que não sabia. E talvez nunca tenha querido saber... e muito menos agora. Mas sei. E choro.
Choro também pelo que não sei. Tem coisas que não entendo. E talvez nunca vá entender. E choro.
Sei que tenho que viver.
Sei que Deus vai me levar daqui. Quando, nem onde, não sei. Espero ir para outro país. Onde eu possa ser olhada sem rótulos, sem aquele olhar incontestável de impertinente arrogância, que me diz escancaradamente: _Já sei quem é você! Da forma mais debochada e desumana.
Espero um dia, ser apenas eu...  apenas eu, e mais nada. 




Em carne viva



Não me sinto leve, nem solta, nem livre. Me sinto pesada. Machucada. Quebrada. Juntando os pedaços.
Sabe aquela leveza de olhar para o sol, de ver os pássaros, de sentir a brisa...  E de simplesmente rir da vida!?
Não... Se sinto o sol, me ressinto do seu calor. Ao ver os pássaros, me emociono... Com a brisa, me vejo querendo segui-la, sem querer saber onde ela vai, ou quando vai parar... Quero apenas ir!
É como se minha pele tivesse sido arrancada. Então, uma película, muito fina, quase uma membrana, um ensaio tímido de algo que um dia vai querer virar pele... essa membrana tomou o lugar da minha pele.
Assim, tudo me atinge de uma forma muito mais intensa. Não tenho riso fácil. Tenho um choro fácil.
E choro.
Choro com a alegria de ver um pássaro cantar. Choro quando um olhar ferino me corta a pele... Mesmo que ele me seja lançado pelas costas. Daí ele abre sulcos que  descem pelos ombros e revelam meus ossos. Daí, eu choro.
Choro quando minha filha, num ímpeto de pura devoção, estende os braços, me abraça e me diz, tomada de crua sinceridade:
“-Mamãe, eu sempre vou te amar. Haja o que houver estarei sempre do seu lado!” Tem como não chorar, ouvindo essa declaração?
Choro, quando oro, e sinto que Deus, em sua eterna misericórdia, conforta meu coração e me diz: “-Fique feliz, o seu choro tem dia e hora pra acabar! Eu recolho todas as suas lágrimas e logo vou revertê-las em riso!” Me lembro que inumeravelmente feliz é aquele que chora pois Deus o consolará.  Então eu choro. Tem como não chorar sentindo esse consolo divino?
E choro.
Choro quando me aperto de dinheiro. Choro quando Deus me alivia a dispensa. Choro de emoção quando vejo Deus agir, me consolar, e dizer que embora as lágrimas escorram no meu rosto, ele vai apagá-las todas... E vai me trazer alegria tão logo minha vida amanheça, pois o choro pode durar uma noite mas a alegria vem pela manhã.
Choro...
Choro quando penso, quando sinto, quando falo, quando vejo, quando ouço, quando como, quando ando, quando me deito, quando durmo...
Tudo me dói... rir me dói – daí choro. Dói até pra rir. Sabe quando você está machucado e se ousa rir sua carne dói e você chorar de dor de rir?
Choro quando me olho no espelho. Os anos vão passando, deixando marcas... Mas acima de tudo, as marcas maiores, impressões mais profundas não são vistas... Ninguém tem idéia...
Chorar me dói.
Tudo dói...
Estou em carne viva.
Ferida sempre aberta.
Sem pele.
Quebrada. Alquebrada. Quebrantada. Desossada. Esfolada. Machucada.
Ferida aberta. Em carne viva.



DE REPENTE




                                          *Rose Leonel

De repente, o amante
Se fez algoz,
O amado se fez de rogado,
O adorado se fez de
Odiado
O protetor se revelou
Um impostor...


De repente, a vida
Contesta, contenda,
Se arma de fendas e
Suga para baixo
Quem já brotou!



Incontestável,
Detestável,
Indomável,
Inclassificável
Quem um dia  amou
E depois, num golpe de
Pura maldade
Simplesmente odiou!


De repente,
O momento de pura ternura
Se torna uma tela impura
A candura
Desapareceu
E as tintas
Afloraram em profusão-
Profunda confusão!



Confissão,
De amantes refestelados,
Embriagados de pura paixão!
Mas o animal escondido
Do homem, no homem
Foi mais forte que
Seu dono
Mostrou os dentes
Ladrou
Esbravejou
Despedaçou
Dilacerou
O coração
Que um dia,
De quem um dia amou!!!




De repente,
O enamorado
Se fez carrasco
O galanteador
Contaminado
Pelo próprio veneno
Desfez
Em mil pedaços
Lembranças de um passado
Que pra ele, não passou!!!





Envolto em
Migalhas
Cheio de frangalhos,
Repleto de estilhaços
Que cheiram a dor  
A agonia
De mãos amarradas
Tensas e retesadas
Cheias de ignomínia




De repente
A vida
Se fez morte
A luta, batalha
E o dia, uma guerra
Sem trégua
Omissa,
Incompreendida,
Solitária,
Dolorida
Travada em terras
Cruas, nuas, bruscas 
Repletas de afrontas
Escassas de bondade
Contaminadas
De pura perversidade!





De repente,
Você ficou para trás
Não me lembro mais
Do seu rosto
Do seu gosto
Do seu cheiro...
Nem mesmo
De você!!!
Você existiu?!
A distância
Entre o sonho
E a realidade
Tornam inverossímel
Tamanha atrocidade...




Talvez, tudo tenha sido
Um pesadelo,
Talvez, o veneno
Tenha te acometido
Exalado por tuas têmporas,
Se misturado
Àquilo que corre
Por suas veias
Que imita o sangue
Única coisa que
Não o deixa inanimado!






De repente,
Tua máscara caiu!
Te vejo
Fraco,
Impossibilitado
Sem ninguém
Pra aplacar sua ira
Esconder sua vergonha
Esquecer teu passado
Apagar seu desvario!



Perdoar?
Sim!
Para que ajudá-lo a se perder
No ranço de um marasmo
De nostálgica esquizofrenia?!
Perdoar é  libertar
De sua própria vilania.




De repente
Essa história
De fúria
Inusitada
Acaba ...



De repente,
Tudo fica no passado!
A dor,
A vergonha,
A lamúria,
A desventura!
E a maldade
Que assolou terras impróprias
Simplesmente
Acaba
Como
Se nada
Nada
Simplesmente nada
Tivesse, realmente, acontecido!
Tão de repente...



*ROSE LEONEL