terça-feira, 8 de dezembro de 2009

FALSOS MORALISTAS

Sentados confortavelmente
Sobre seus preconceitos
Os fariseus se comprimem
Na arquibancada da vida
Onde desfrutam da doce posição
De acusadores, julgadores e punidores.


Dentro da redoma de seus falsos conceitos
Eles se desmancham
Num discurso demagogo
Hipócrita e cheio de legalismo!
E se investem da mais sórdida roupagem:
São árbitros - eles ditam as regras
Do grande jogo da vida
Ditam o que é certo e o que errado
Se acham também no direito
De julgar e condenar aqueles que
Cometem o sacrilégio de ferirem seus dogmas.


Eles são os personagens mais vis
Mais austeros
E mais politizados
No palco da vida
Nessa grande peça,
Verdadeira tragicomédia
Esses personagens
Enquanto não são vitimados
Enquanto não tiverem
Seu telhado atingido
Pelas pedras alheias
Se divertem às custas
Da desgraça do próximo.



Do alto da prepotência
Que lhes é peculiar
Esses abutres doentios
Se acotovelam na melhor posição
Para verem os leões dilacerarem as presas
Que eles julgaram, condenaram e que
Foram lançadas para serem devoradas
Alimentando o grande espetáculo!!!


E esse momento de barbárie
É sagrado!
Afinal, é a consumação
A legitimação da justiça humana
É o ponto alto,
Onde as vítimas do sistema
Marginais às regras vigentes
São exemplos vivos
De que a rebeldia e desobediência
Ao sistema
É punida com vigor
Nos rigores da lei!



Assim, o povo delira
Ama, se diverte
Nesse grande espetáculo
E os escribas, os fariseus
Arrogantes e pachorrentos
No momento supremo de grandeza
Dão à sociedade
O deleite que tanto querem
E juntos, degustam
A destruição do próximo
Afinal, eles infringiram
Os códigos sociais
Foram excluídos
E agora, merecem punição!



Os algozes
Carrascos enfurecidos
Dão aos leões carne fresca todo dia
E essa grande festa social
Se perpetua
Os leões são sempre os mesmos,
Porém, às vezes, mudam as vítimas!



Às vezes, os “jugadores”, impolutos
Os acusadores mais entusiastas
Acabam traídos pela própria estultícia
Traídos pela própria cobiça
Eles despencam do altar
E os acusadores de plantão
Folgam, felizes, pelo desgraçado da vez
Afinal, é preciso dar continuidade
Ao espetáculo da vida
A tragicomédia precisa continuar
E os leões precisam
De carne fresca!




Assim, obedecendo a ocasião,
Os acusadores
Se transformam em vítima
Caem no próprio veneno
Serão agora
Cobertos de opróbrio
Farão a alegria do povo
O manjar dos falsos moralistas!
Afinal, o show não pode parar!!!


*Rose Leonel

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