Daí, tento levar uma vida
normal. Felicidade?
Minha filha me cobra alegria.
Não que eu seja infeliz. Não me sinto
exatamente infeliz. Me sinto em paz. Me sinto, apenas... É bom ter consciência de si mesmo.
Só sinto que vejo muito mais
do que via, e a intensidade do que vejo, a luz é muito forte, faz com que meus
olhos doam, e choro. Além de ver muito, demais... E choro.
Também ouço muito... E choro.
Choro pelo que sei. Sinto
muito, tudo, todos... E sei o que não sabia. E talvez nunca tenha querido
saber... e muito menos agora. Mas sei. E choro.
Choro também pelo que não
sei. Tem coisas que não entendo. E talvez nunca vá entender. E choro.
Sei que tenho que viver.
Sei que Deus vai me levar
daqui. Quando, nem onde, não sei. Espero ir para outro país. Onde eu possa ser
olhada sem rótulos, sem aquele olhar incontestável de impertinente arrogância,
que me diz escancaradamente: _Já sei quem é você! Da forma mais debochada e
desumana.
Espero um dia, ser apenas
eu... apenas eu, e mais nada.
Vivemos num país de valores invertidos, onde a vítima, o ofendido, é tratado como criminoso. Ademais, nascemos e crescemos com a hipocrisia e o falso moralismo no lugar da educação e do respeito ao semelhante. Aprendemos desde cedo a "apontar o dedo" para as pessoas nos esquecendo que nossa janela também é de vidro.
ResponderExcluirPenso que a vítima jamais deve ser refém da desumanidade da sociedade e das marcas daquele que um dia causou-lhe dor. A covardia de alguns não pode inibir a maior dádiva nos dada por Deus: o direito a vida!
Aqueles que nos magoam e, indiretamente, magoam nossos familiares não devem ser presenteados com nosso exílio, seja onde for. Ainda prefiro acreditar naquela letra da Legião Urbana: "a humanidade é desumana, mas ainda temos chance".
Ninguém, além de Deus, tem poder para nos julgar e ninguém que nos julga merece tamanha consideração de nossa parte!