terça-feira, 10 de maio de 2011

Falta de limites, valorização da agressividade e banalização morte!



Em Jaraguá do Sul, um jovem de 18 anos foi brutalmente espancado e esfaqueado por vários outros jovens.
Ele simplesmente saía da danceteria e quem sabe, ia para casa.
O menino, não estava mexendo com ninguém, nem gritando nem provocando alguém, segundo imagens divulgadas.
Ele simplesmente ia pra casa. Estava indo embora.
E aquele menino, de apenas 18 anos, foi assassinados por um grupo de outros jovens.
Dizem que o crime teria sido motivado por ciúmes.
O que  esperamos da sociedade? O podemos esperar de um mundo onde as pessoas resolvem espancar e matar as outras com a mesma facilidade com que combinam tomar uma coca-cola na esquina? Movidos por paixões!!!!
Matar ficou banal.
E os jornais dão a notícia e ponto! Também, o que mais podem fazer? O que nós podemos fazer?
Um jovem morreu. Mais um jovem. Só mais um entre milhares.
Eu chorei quando vi a bárbarie.
Após dar a notícia, a repórter vira para a outra câmera e dispara outra informação. Dessa vez, mais light.
Já pode abrir um sorriso pois o assunto ruim ficou para trás.
O menino que poderia ser seu, meu filho - morrreu. Acabou.

Agora, notícia leve, sorriso aberto. Vamos chamar os comerciais.

Oh, Deus! Será que não deveríamos todos nós termos sido convidados pelos jornalistas a fazer uma reflexão sobre que mundo é esse?
Em  que as pessoas matam por não terem mais limites, por não saberem controlar seus instintos animais? A vida deixou de ser importante? Matar ou morrer é coisa banal. A vida banalizou-se!
Parem tudo!
Vamos fazer um minuto de silêncio! Daí, o Jornal nacional pode continuar!
Epa!
Mas, "pera aí"!
Outra morte noticiada!
Lá vamos nós baixar a cabeça e fazermos outro minuto de silêncio! Chorarmos e falarmos do que está acontecendo de fato- que vai além da morte de seres hmanos tão jovens-  na verdade trata-se  da morte dos valores e princípios que são indispensáveis para se manter uma sociedade equilibrada.  Estamos perdendo o fio da meada, perdendo o controle da situação. A bestialidade, no valor instríseco da palavra, está tomando conta da civilização- vivemos um retrocesso.

Aff! Daí não, né?
Tempo é dinheiro. Melhor mudar de assunto!
A vida continua!
Melhor deixa! Morre gente toda hora! Vamos mudar de assunto!
Falar de moda!
Quem sabe, culinária?!!
Alho!!! Isso mesmo! Alho negro! Sabia que existe alho negro?? É é bom pra se fazer doce!!

2 comentários:

  1. Texto indignado e irônico na medida certa. Também sempre tive essa sensação de que a vida não vale nada. Quando morava no Jardim Pinheiros, em Londrina, de repente soubemos que o dono da mercearia quase ao lado de casa (cujo sobrenome era Ló, coincidentemente o mesmo daquele menino cujo caso teve grande repercussão em Maringá) tinha morrido. Como ele já era meio velhinho, tipo perto dos 70, lamentamos e tal. Depois viemos saber, no decorrer do dia, que ele Parabéns pelo texto.

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  2. O comentário ficou empastelado. O "paabéns pelo texto" veio antes da história terminar. Concluindo, dizia que no decorrer do dia soubemos que seu Afonso Ló tinha sido morto por um moleque que entrou armado na mercearia dele e, sem mais nem menos, talvez assustado com o fato de seo Afonso ter feito menção de abrir a caixa registradora para tirar o dinheiro que ele exigiu, deu um tiro no peito dele e foi embora sem levar nada, como se nada tivesse acontecido.

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