terça-feira, 2 de março de 2010

IDADE DA LOBA



Nossa expectativa de vida é de 70 a 80 anos. Hoje, com 38 anos sei que podemos viver e planejar nossa existência.
As fases da vida para algumas mulheres não têm tanta variação nem muito do que fugir... Muitas de nós podemos ter a seguinte vida...
Com 7 anos entramos na escola. Com 17 fazemos vestibular e talvez já entremos na faculdade. Com 23 ou 24 já estamos formadas, ou dependendo do curso, com 26 anos já pegamos o canudo.
Muitas de nós começamos a trabalhar nessa faixa etária. Depois, o casamento pode ser uma opção... até os 34, entram em cena pós-graduação, trabalho e o futuro marido.
Vem então a fase especial: filhos. Um ou no máximo, um e meio... Tá, tá bom! Vai! Como moças submissas nos rendemos a dois, já que é uma condição (por enquanto) sine qua non, da mãe natureza, ainda não dá pra ter meio, mas com tantos avanços da tecnologia, não demora muito.
Daí, até os 45 anos, nos vemos “alugadas” como mães, divididas entre a maternidade, a carreira e o marido... Bem, o marido, nessas alturas do campeonato, já é um caso à parte... Nem sempre estaremos com ele. Nessa fase estamos descobrindo que ele não é um mal indispensável! Podemos viver sem ele! (Descobrimos os consolos! A Hebe que o diga!). Antes tarde do que nunca!
Assim, na fase dos 40 aos 50 podemos dizer que estamos, livres, leves (às custas de muita lipo, comida vegetariana, plástica, meditação e alguns veneninhos básicos pra emagrecer) e soltas.
Deixamos pra trás nossa profissão de mãe (a prole já está criada e provavelmente até estudam no exterior). Estamos formadas e levamos bem nosso doutorado, sem tantos sacrifícios.
Nessas alturas, ou temos uma segurança financeira relativa (dependendo de vários fatores, claro) ou estamos bem menos desesperadas por dinheiro do que já estivemos um dia.
Assim, estamos sem o maridão que pouco valor dava quando mudávamos o corte de cabelo ou quando investíamos nossos suados dólares naquele conjunto de lingerie intergaláctico que ele nem notava... Também nem elogiava as calorias que perdíamos à duras penas só para estarmos mais bonitas na noite que comemorávamos o primeiro aniversário de casamento...
Sem os filhos, que nos deixavam sem dormir por noites adentro, pois tínhamos medo de que eles não respirassem, nos primeiros dias que voltamos da maternidade! Lembra?? Ah! E sem o choro deles, quando nos pediam o peito (já nos chantageando ! Não se engane: os homens são peritos nisso, desde cedo!). Imploravam para que não saíssemos. Lembra como nos sentíamos divididíssimas, no eterno conflito, em manter uma carreira e nos doarmos a eles?? Então preferíamos perder as melhores notas no mestrado ou a conta daquela empresa faraônica, que nos solicitou no mesmo dia em que eles pegaram rubéola e passamos o tempo inteiro entre o médico e a farmácia!
Nessas alturas, estamos livres de nossos encargos: escolar, maternal e marital... Livres de nossos idealismos que nos custaram tantas noites de sono, tantas lágrimas inócuas... Livres de tantos pré-conceitos, obrigações e de tantos medos, idealismos e de nossas altíssimas e sonhadoras expectativas. Nos vemos então no meio de nossas vidas (meio se tivermos sorte!).
Quem sabe tenhamos ainda mais 10 anos de vida?
Se assim for, podemos dividir esses 10 anos de que forma? E se tivermos 20 anos? Ou 30? Ou quem sabe, 40?
Mas, chegarmos a 90 anos, gagá, fazendo xixi na cama e sem aquele magnetismo que fazia-nos sentir a própria deusa da sedução não dá certo!
Então é preciso se preparar! Academia, comida natural e muita meditação e yoga. É, mas chegar aos 80, com corpinho de atleta, pele de menina e cabeça em frangalhos também não dá muito certo... Afinal, ter que usar Fluoxetina e Prozac pode causar uma dependência desastrosa, pois se sua memória falhar e você esquecer de estocar essas drogas, o tempo pode fechar e quem tiver perto (acredite!) não vai agüentar! Afinal, pensa numa mulher sem o seu ansiolítico??? Pior que TPM!
Espera, e tem outro detalhe que precisamos cuidar pra não nos esquecermos jamais: dindin!! Sim! Pense que ter que viver num asilo, mesmo chic pode ser o fim!! Quem vai querer ficar perto de uma velha que não tem dinheiro? Ninguém! Assim, corremos o risco de parar direto num asilo chechelento ou cheio de uniformes brancos , impessoais (totalmente fora de moda) e sem graça!! Afe! Que vida! Monótona! Terminar assim, nossos dias de glória, cheios de histórias pra contar, de amores imperfeitos, de escaladas de rapel, de pós-graduações na França, Londres, aventuras na Suécia e de férias inenarráveis nos países nórdicos, e tórridas paixões com amantes latinos!! Com tanta bagagem!! Num asilo!! Assim!!!Não!! Seria o fim! Nem pensar!
Então, meninas, vamos parar de falar e nos preparar! Se tivermos ainda, 10, 20 , 30, 40 ou 50 anos pela frente, vamos nos preparar! Afinal, com muitos euros no bolso, além de todos nossos méritos enumerados em nosso currículo cosmopolita, quem sabe encontramos um Banderas pra cuidar de nossa tez pálida (pois nunca, nunca, nunca, nunquinha, admitimos sol no rosto – Melanie Griffith que o diga - pois dá rugas). Assim podemos ainda viver os dias que nos restam, com decência e aquele carisma feminino que é só nosso... Mesmo se tivermos que repetir a cirurgia do períneo, pra não ter que fazer xixi na cama! Afe!
E com dólares na mão, quem sabe, quando tivermos apenas sono e vontade de devorar aquele chocolate ou de nos afogar numa taça de Moe & Chandon, poderemos nos entregar a esses luxos! Afinal, nosso Banderas, muito sensível e dedicado, vai fingir que está morrendo de sono e que nem percebeu nossa indolência, típica da idade (ninguém é de ferro)... E, quanto as caloria: Bah! pra elas!! É só ligarmos pro nosso personal, aquele menino tão lindo que mais parece com o novo brinquedinho da Madona!! Ai...ai!! Que só Jesus salva!!

*Rose Leonel

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