quinta-feira, 18 de novembro de 2010

IGREJA É MAIS CONFIÁVEL

A confiança da população nas instituições sofreu uma mudança importante no último trimestre. É o que mostram os dados do ICJBrasil (Indice de Confiança na Justiça), produzido pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (DIREITO GV).



A Igreja - que também marcou a disputa à presidência da república no segundo turno das eleições – passou do 7º lugar no ranking de confiança nas instituições para a 2ª posição. Nesse trimestre 54% dos entrevistados disseram que a Igreja é uma instituição confiável em comparação com o segundo trimestre de 2010, quando 34% dos entrevistados deram essa resposta. Em contraposição, a confiança nos Partidos Políticos caiu de 21% para 8% no período, mantendo-se em última posição no ranking de confiança nas instituições.



As Forças Armadas continuam sendo a instituição que conquista a maior confiança da população, 66% de respostas afirmativas. Na sondagem anterior - referente ao segundo trimestre - a Marinha, o Exército e a Aeronáutica obtiveram 63%.



O resultado não é confortável para os órgãos da Justiça. Com apenas 33% dos entrevistados dizendo que o Judiciário é uma instituição confiável, a instituição empata com a Polícia e ganha apenas do Congresso Nacional (20%) e dos Partidos Políticos (8%). As outras instituições ficaram com os seguintes resultados no que diz respeito à confiança da população: Grandes Empresas (44%), Governo Federal (41%), Emissoras de TV (44%) e Imprensa Escrita (41%).



O ICJBrasil foi criado pela DIREITO GV para mensurar o grau de confiança no Judiciário e como a população utiliza as instituições da Justiça para a reivindicação de direitos e busca por soluções de controvérsias. O ICJBrasil do terceiro trimestre de 2010 foi de 4,4 pontos, em uma escala de 0 a 10, o mesmo índice obtido no trimestre anterior.



O índice é formado pelos subíndices de comportamento e percepção, sendo que o segundo cravou uma nota 6,3 e o primeiro, 3,5 pontos, sempre em uma escala de 0 a 10.

O Distrito Federal foi o estado que registrou maior confiança no Judiciário, com 4,6 pontos, desbancando a liderança do Rio Grande do Sul que, desde o início da sondagem, em julho de 2009, ocupava o posto.



No período, o estado gaúcho recebeu um índice de confiança de 4,5 pontos. São Paulo e Rio de Janeiro apresentaram o mesmo índice de confiança, 4,4 pontos, e os Estados da Bahia, Minas Gerais e Pernambuco são os que menos confiam no Judiciário: cada um teve 4,3 pontos no índice de confiança.



“A confiança no Judiciário cresce à medida que aumenta a renda e a escolaridade dos entrevistados”, explica Luciana Gross Cunha, professora da DIREITO GVe coordenadora do ICJBrasil. “É maior entre moradores do interior, se comparado entre os moradores da capital, e entre os homens se comparado com as mulheres”.

O ICJBrasil, no terceiro trimestre de 2010, também analisou a confiança do Judiciário segundo a cor de pele e constatou que, quem se declara como negro, pardo ou indígena confia menos no Judiciário do que quem se declara branco ou amarelo.



Apesar de todos os problemas e do pouco prestígio do Judiciário junto à população, a visão do brasileiro é a de que o Judiciário de forma geral está melhor hoje do que no passado e tende a melhor ainda mais no futuro: para 47% dos entrevistados, o Poder Judiciário melhorou nos últimos 5 anos e para 67% ele tende a melhorar nos próximos 5 anos.

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