Somos aqueles que já acham normal os crimes proliferarem. Somos aqueles que quando se deparam com uma mulher, vítima de um estupro ou de um crime na Internet, folgam e se divertem: "-Ela mereceu! Olha a roupa que ela usava!" Enaltecem o agressor.
Somos aqueles que quando passamos perto de um indigente, temos medo de abrir a janela do carro ou de passar perto na calçada e sermos assaltados.
Somos aqueles que dizemos que não gostamos de política, criticamos quem tem coragem de fazer alguma coisa e nada fazemos para tentar mudar a situação, não nos envolvemos e assumimos por isso o papel de cúmplices das transações políticas vergonhosas e da omissão governamental que fomenta o crescimento da má distribuição de renda, da criminalidade e fortalece as discrepâncias sociais. Simplesmente falamos: "Olha que políticos corruptos! Isso precisa mudar! Abaixo os ladrões do governo!" E dois dias depois, assunto esquecido, outro escândalo entra em pauta. E nada fazemos, sob a bandeira de não gostarmos e não querermos nos envolver em política! Somos aqueles que respiram ares de superioridade: "Não me envolvo em política. ali só tem gente corrupta!" Nossa, como somos cidadão bonzinhos, impolutos e decentes, hein!!
Somos aqueles que contribuem com a esmola instucionalizada das campanhas veiculadas na TV, aunciando: "Doem dinheiro, contribuam com as crianças!" E pegamos o telefone e fazemos doações insignificantes que engrossam contas bancárias de anônimos mas que garantem o sentimento de dever cumprido para nossa pseudo-consciência, que "pagam nossa indulgência" que abafam a consciência, nos dando uma falsa tranquilidade e o efeito psicológico de driblar nossa omissão.
Quem somos nós???
Nenhum comentário:
Postar um comentário