A distância do discurso e da prática
“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.”
1º João 3-17,18
"Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão" I João 4.20-21. Amém.
Que comunhão existe entre pessoas que partilham de interesses diferentes, de objetivos individuais? Unidas em torno do que?? Pessoas que buscam seu próprio interesse.
Uma das coisas simples que poderia ser feita por quem ostenta essa bandeira (de ser cristão) era ser unido e ajudar financeiramente quem precisa de ajuda.
Não estou falando em dar dinheiro porque ninguém quer receber esmola. Mas falo de um ajudar e prestigiar o outro em seu trabalho e com suas posses.
Ora, se você vai comprar algo de alguém, porque não comprar de quem está dentro de sua igreja, ou de sua célula!
Mas muitas pessoas que vivem em igrejas estão, na sua grande maioria, tão desinformadas sobre como viver em comunhão que nem passa pela cabeça delas em dar preferência a quem está dentro do círculo de comunhão. Coisa que clubes de serviços, seitas e muitas outras instituições condenadas pelos protestantes fazem com esmero!
E nós, que nos dizemos cristãos não o fazemos?? O que fazemos de fato para ajudar ou prestigiar nosso irmão? Se pudermos comprar arroz de alguém que está em nossa comunidade espiritual, porque vamos comprar de quem não está comungando de nossa fé?
Se pudermos comprar determinado produto com alguém que freqüenta nossa igreja, porque comprar de quem não freqüenta?
Se pudermos ter um serviço com alguém que comunga de nossa fé, então porque prestigiar aqueles que não estão em nosso círculo de comunhão?
Por que aqueles que estão fora são mais famosos? São mais bonitos? Têm mais status que meu irmão na fé?
Assim, esquecemos todos que vivemos em uma comunidade cristã com centenas de membros e vamos colocar o nosso dinheiro em empresas de pessoas que não professam nossa fé. Vamos atrás de outros porque igreja é igreja, irmão é irmão, e negócio é negócio!! E o lucro é o primeiro mandamento do mundo capitalista onde vivemos! Esquecemos de mandamentos tão básicos como amar o próximo... Oras, quem seriam os nossos próximos, físicamente falando?!! Seriam os que estariam mais perto de nós! Fidelizar clientes é algo que todos fazem. Incentivar a compra e a injeção de capital dentro do próprio município para que a cidade se beneficie é uma das metas dos governos. Para que gerar divisas em uma cidade na qual eu não vivo? E no mundo cristão isso não ocorre. Não existe o dar preferência para o meu irmão de fé.
E temos a coragem de ir a igreja nos domingos, participarmos de trabalhos da igreja, batermos nos peito dizendo que somos participantes de células e na época da labuta, na hora do vamos ver, nos esquivamos de nossos compromissos cristãos e vamos viver a lei do mundo: “dente por dente!” E ainda temos a coragem de exortarmos ou pregar para os outros sobre nossas convicções religiosas! “Lembrar do irmão da igreja para que seja prestigiado em minha empresa? Nem pensar! Faço negócio com quem dá mais certo, com quem vai me dar mais lucro! Afinal de contas, business is business!” Se o irmão não vai me dar o lucro que quero vou procurar outros parceiros! Afinal, meu lucro e meu interesse pessoal está me primeiro lugar! É assim que vivemos...
Então, seria melhor nos calarmos se não vivemos o amor de Jesus.
E tem mais! Quem tem a coragem de ir às células e de subir no púlpito e cobrar isso do irmão??! “Ah! Vai que o irmão se aborreça!!Daí é perigoso não ficar ninguém na igreja!” Assim, falamos em comunhão e esquecemos de fazer uma coisa muito simples: de lembrar a todos que não adianta viver a vida que Deus quer de nós apenas no domingo a noite ou brincar de ir em célula em dia de semana! É preciso não perder de vista os ingredientes mais importantes do estilo de vida da igreja primitiva - uma vida cheia de união, comunhão e amor! Precisamos ser mais autênticos e viver o dia-a-dia com união, prestigiando as empresas e os serviços que cada um oferece! Pense: o quanto a igreja se fortaleceria! Mil membros é uma grande comunidade! Se um comprasse com o outro e utilizasse dos seus serviços, fortaleceríamos muito mais a todos! Pense no quanto um poderia ajudar o outro?
Pois querendo ou não, utilizamos o dinheiro para nossa sobrevivência e se mantivéssemos lealdade e união nas nossas relações comerciais muitas coisas seriam diferentes. A questão de subsistência é muito importante para todos. Ajudar a subsistência um do outro, dos irmãos na fé, seria uma atitude de união, lealdade e obediência ao mandamento de Cristo: “Ama a Deus sobre todas as coisas e o teu próximo como a ti mesmo!” Cadê o amor? Cadê o interesse pelo outro? Cadê o amor que faz com que busquemos não nosso interesse mas o interesse do outro?
Se não ajudamos os nossos próximos da fé e sim aqueles nos quais temos interesses pessoais (de aparecer, de status, de negócios...) então seria melhor abandonar a demagogia, esquecermos alguns mandamentos decisivos para a vida de um cristão, abandonar esse discurso teórico e estudarmos a possibilidade de sermos um clube de serviços. Embora, a maioria dos clubes de serviços existentes na face da terra, já tenham essa lealdade para com seus membros - de um prestigiar os negócios do outro.
Assim, pensando bem, nem pra clube de serviços serviríamos! Quem sabe um clube social, onde vamos apenas para nos exibir e nos eximir de nossas obrigações?!!
Rose Leonel
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
AINDA SOMOS SEPULCROS CAIADOS!
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CRÔNICAS
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