quarta-feira, 21 de outubro de 2009

SOBRE O AMOR...

AM0R



Amar, quem não ama?
O amor não escolhe objetos
Não sabe quem somos
Nem o que queremos!!


Nos torna reféns
De seu próprio sabor
E traiçoeiramente
Nos torna reféns de nós mesmos!



Não quero o amor!
O amor, nos consome
Nos vivifica
Nos deixa acima
De qualquer situação!
E nos coloca abaixo do raciocínio
Da condição humana




Nos renova
Mas nos cobra a alma
Nos vale o sangue
Nos suga a vida
Na mesma medida em que nos remoça.



Não quero o amor
Quero a calma da rotina
A segurança da quietude
A firmeza de dias previsíveis
A certeza de céu claro



Brisas sem turbulências
Noites sem tempestades
Mares sem ondas
Águas paradas...



Amar é um risco
Maior do que podemos correr
Entregar-se a ele
Pode ser um caminho sem volta!!




Aquela vontade de ver
E ser visto
De olhar nos olhos
Pegar nas mãos.


O frio no estômago
A ansiedade da espera...
Uma espera que desespera



Uma necessidade
do toque
do carinho
dos sussurros
do cheiro
do gosto...



Prefiro a calma
De noites frias
E solitárias, mas certas-
Às noites quentes de pura paixão!!!




Prefiro a cama vazia
Lençóis sem cheiro
Limpos, sóbrios-
À volúpia do toque de suas mãos!!



Prefiro o silêncio
Seguro e denso-
Aos gemidos
Excitantes e calientes
De amantes embriagados
Inebriados de paixão!





Mas, como o amor
Nem sempre é um caminho
Que se pode tomar
Ou que possa evitar,
Estamos suscetíveis
Presas fáceis do destino!



Quem nunca amou
Um dia, pode esperar,
Ele pode bater à sua porta
E por mais que se queira
Fugir ou se esconder
Será impossível!
Ele vai te encontrar!


*Rose Leonel

2 comentários:

  1. Que beleza de poema, Rose. Espontâneo, profundo e ao mesmo tempo à flor da pele (como o amor deve ser). Amar de fato é se entregar, e isso anda cada vez mais raro e perigoso. Por isto, penso assim: "E o que mais podemos levar desta vida senão o amor das pessoas queridas?". Desejo que o amor esteja sempre presente em sua vida, e que não seja armadilha como descreveu em teu poema.

    Beijo do Sansão.

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  2. Uau!
    Que dilema, hein?
    Mas com dilema é melhor.
    Beijos.

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