Amar, quem não ama?
O amor não escolhe objetos
Não sabe quem somos
Nem o que queremos!!
Nos torna reféns
De seu próprio sabor
E traiçoeiramente
Nos torna reféns de nós mesmos!
Não quero o amor!
O amor, nos consome
Nos vivifica
Nos deixa acima
De qualquer situação!
E nos coloca abaixo do raciocínio
Da condição humana
Nos renova
Mas nos cobra a alma
Nos vale o sangue
Nos suga a vida
Na mesma medida em que nos remoça.
Não quero o amor
Quero a calma da rotina
A segurança da quietude
A firmeza de dias previsíveis
A certeza de céu claro
Brisas sem turbulências
Noites sem tempestades
Mares sem ondas
Águas paradas...
Amar é um risco
Maior do que podemos correr
Entregar-se a ele
Pode ser um caminho sem volta!!
Aquela vontade de ver
E ser visto
De olhar nos olhos
Pegar nas mãos.
O frio no estômago
A ansiedade da espera...
Uma espera que desespera
Uma necessidade
do toque
do carinho
dos sussurros
do cheiro
do gosto...
Prefiro a calma
De noites frias
E solitárias, mas certas-
Às noites quentes de pura paixão!!!
Prefiro a cama vazia
Lençóis sem cheiro
Limpos, sóbrios-
À volúpia do toque de suas mãos!!
Prefiro o silêncio
Seguro e denso-
Aos gemidos
Excitantes e calientes
De amantes embriagados
Inebriados de paixão!
Mas, como o amor
Nem sempre é um caminho
Que se pode tomar
Ou que possa evitar,
Estamos suscetíveis
Presas fáceis do destino!
Quem nunca amou
Um dia, pode esperar,
Ele pode bater à sua porta
E por mais que se queira
Fugir ou se esconder
Será impossível!
Ele vai te encontrar!
*Rose Leonel
Que beleza de poema, Rose. Espontâneo, profundo e ao mesmo tempo à flor da pele (como o amor deve ser). Amar de fato é se entregar, e isso anda cada vez mais raro e perigoso. Por isto, penso assim: "E o que mais podemos levar desta vida senão o amor das pessoas queridas?". Desejo que o amor esteja sempre presente em sua vida, e que não seja armadilha como descreveu em teu poema.
ResponderExcluirBeijo do Sansão.
Uau!
ResponderExcluirQue dilema, hein?
Mas com dilema é melhor.
Beijos.