Sabe, ainda hoje tenho sonhos ruins...
Às vezes sonho que saí de casa e de repente, as pessoas começam a me olhar de modo estranho. Daí, me olho, e me dou conta, de que minhas roupas desapareceram, meu corpo ficou nu. Então, saio correndo e tento fugir das pessoas... Acordo, assustada, com um grito impotente, engastalhado na garganta, pedindo socorro!
Outro pesadelo me acompanha. Sonho, por vezes, que estou indo a um banheiro desconhecido... Daí, de repente, esse banheiro fica com as paredes transparentes... Daí, me vejo cercada de olhares invasivos... As paredes se rompem ou simplesmente desaparecem, como num passe de mágica, e repentinamente me vejo surpreendida em público, exposta, com minha tristeza e o olhar punitivo dos transeuntes. Entro em pânico!
Sonhos ruins, que ainda povoam meu sono à noite, mesmo após 4 anos em que fui vítima de crime na Internet.
Algumas coisas machucam a alma e não temos como medir a dimensão nem a profundidade da ferida. A dor vem à tona enquanto o subconsciente trabalha, nas horas solitárias da noite...
Queria então, poder dizer para mim mesma, como diria nossa mãe, que embalava nossos sonos e que desfazia todas as tristezas em nossa infância: “Volte a dormir minha filha, minha pequerrucha! Isso não passou de um pesadelo! Foi só um sonho ruim! Tudo vai ficar bem!”
*ROSE LEONEL
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